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Pesquisa Ibope / Instituto Avon (2009) Imprimir E-mail
Destaques da Pesquisa Ibope / Instituto Avon (2009)
 

·        55% dos entrevistados conhecem casos de agressões a mulheres

·        Com medo de morrer, mulheres não abandonam agressor·        39% dos que conhecem uma vítima de violência tomou alguma atitude de colaboração com a mulher agredida·        56% apontam a violência doméstica contra as mulheres dentro de casa como o problema que mais preocupa a brasileira ·        Houve expressivo aumento do conhecimento da Lei Maria da Penha de 2008 para 2009, de 68% para 78%·        Maioria defende prisão do agressor (51%); mas 11% pregam a participação em grupos de reeducação como medida jurídica·        Na prática, a maioria não confia na proteção jurídica e policial à mulher vítima de agressão·        44% acreditam que a Lei Maria da Penha já está tendo efeito·        Para a população, questão cultural e álcool estão por trás da violência contra a mulher·        48% acreditam que exemplo dos pais aos filhos pode prevenir violência na relação entre homens e mulheres

PRINCIPAIS RESULTADOS 

55% conhecem casos de agressões a mulheres 

Entre 2006* e 2009 aumentou de 51% para 55% o número de entrevistados que declararam conhecer ao menos uma mulher que já sofreu ou sofre agressões de seu parceiro ou ex. Este percentual confirma a tendência de crescimento observada nos últimos levantamentos e indica que é contínuo o avanço da discussão sobre violência doméstica na sociedade.

Alguém que sabe de uma vítima tende a se preocupar com a questão. Mas há com certeza a influência da Lei Maria da Penha, que trouxe o debate para a mídia e consequentemente deixou as pessoas mais informadas e suscetíveis ao problema.

* A pesquisa IBOPE / INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO sobre violência contra a mulher foi realizada em maio de 2006, antes da aprovação da Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em setembro de 2006.

Segmento feminino tem mais conhecimento de agressão a mulheres (62%)

As mulheres expressam maior familiaridade com esse drama, apresentando um significativo aumento do nível de conhecimento sobre casos de agressão. Em 2006, 54% das mulheres afirmaram conhecer ao menos um caso de violência contra a mulher. Já em 2009, com a Lei Maria da Penha em vigor, este percentual subiu para 62%, enquanto entre os homens não houve alteração.

Com medo de morrer, mulheres não abandonam  agressor A pesquisa perguntou aos entrevistados qual razão ele via no fato de a mulher agredida continuar a relação com o agressor: 24% disseram que é a falta de condições econômicas para viver sem o companheiro e 23% citaram a preocupação com a criação dos filhos. O terceiro motivo chama a atenção pela gravidade: 17% dos entrevistados acreditam que as mulheres não abandonam o agressor com medo de serem mortas caso rompam a relação.  

Razões que levam uma mulher a continuar a relação com o agressor

O medo da morte foi citado em maior porcentagem pelos segmentos de menor poder aquisitivo e menos escolaridade e pelos entrevistados mais jovens.

è    Jovens de 16 a 24 anos (23%), cerca de 10 pontos percentuais superior aos segmentos mais velhos

è     Da 5ª a 8ª série (22%), maior percentual no segmento escolaridade

è     Entre as regiões, no Nordeste o medo de ser morta possui o maior índice (20%), nove pontos a mais que a Sul (11%), região que registrou menor taxa 

39% dos que conhecem uma vítima de violência tomaram alguma atitude de colaboração

Dos entrevistados que têm conhecimento sobre casos de violência doméstica, 39% tomaram alguma atitude de colaboração com mulher agredida, enquanto 17% preferiram se omitir. As mulheres demonstram maior disposição em contribuir com as vítimas: 47% delas tomaram algum tipo de atitude, enquanto o percentual de homens que agiram foi de 31%.

Conversar com a vítima é a forma de contribuição mais usual (23%) entre as mulheres, seguida da orientação de busca de ajuda jurídica/policial (20%) 56% apontam a violência doméstica contra as mulheres dentro de casa como o problema que mais preocupa a brasileira *Homens e mulheres ouvidos – independentemente de terem sido vítimas ou não de agressão – afirmam que a violência contra a mulher dentro de casa é o tema que mais preocupa as brasileiras. Esta preocupação vem crescendo desde 2004, quando 50% pensavam assim, subindo para 55% em 2006 e para 56% em 2009.O questionário perguntava qual preocupação vinha em primeiro, segundo e terceiro lugares. O resultado da tabela abaixo é a somatória das três menções.

 * A pesquisa IBOPE / INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO sobre violência contra a mulher foi realizada em maio de 2006, antes da aprovação da Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em setembro de 2006. 

Cresce preocupação com violência contra a mulher nas pequenas cidades e nos segmentos de baixa renda

Observando-se o perfil de preocupação em relação à violência doméstica, a pesquisa revela crescimento nos seguintes segmentos:

POR ESCOLARIDADE à O destaque fica no segmento que estudou até a 4ª série, que registra tendência de crescimento em torno de 5 pontos nos três levantamentos, atingindo atualmente o patamar de 59%.

POR CLASSE SOCIAL à Nas classes D/E houve crescimento significativo de 9 pontos percentuais.

POR PORTE DE CIDADE à Houve aumento expressivo de 13 pontos percentuais nas pequenas cidades do país (62%).

POR REGIÃO à O destaque é para a Região Nordeste, onde o nível de preocupação aumentou 9 pontos percentuais em relação à última pesquisa, passando a 64%.

Vale destacar que a preocupação com a violência doméstica em alguns segmentos oscilou dentro da margem de erro da pesquisa e em outros apresentou diminuição no percentual de preocupação.

Cresce Conhecimento da Lei Maria da Penha

Houve expressivo aumento do conhecimento da Lei Maria da Penha de 2008* para 2009

A Lei Maria da Penha é mais conhecida nas regiões Norte e Centro Oeste, onde 89% dos entrevistados conhecem a Lei. No Nordeste a taxa de conhecimento é de 86%, e no Sul e Sudeste é de 73%.

No conjunto do país, a população com menor renda familiar (até 1 salário mínimo) ou escolaridade (até a 4ª série) e moradores da periferia está no patamar mais baixo de conhecimento da Lei, mas ainda assim as taxas são altas: respectivamente, de 75%, 69% e 71%.

O maior conhecimento da Lei Maria da Penha nas regiões Norte, Centro Oeste e Nordeste provavelmente guarda relação com um ambiente aquecido de debate público promovido pelo ativismo dos movimentos sociais de mulheres, que com suas vigílias, apitaços, denúncias sobre a não-aplicação da Lei, contagem de homicídios de mulheres e intervenções junto à mídia criaram um contexto de maior debate e difusão de informações.

* A Pesquisa Ibope / Themis foi realizada em junho de 2008             

Maioria defende prisão do agressor; mas 11% pregam a participação em grupos de reeducação como medida jurídica

A prisão do agressor como medida jurídica é defendida por 51% dos entrevistados, enquanto em 2006 eram 64% os que pensavam assim.  Hoje, 11% defendem a participação em grupos de reeducação para agressores, uma das medidas jurídicas previstas na Lei Maria da Penha, que obriga o governo a oferecer condições para tal.  78% indicariam a delegacia da mulher como local para pedir ajuda A maioria dos entrevistados – 78% – disseram que, sabendo de alguma mulher agredida, indicaria a ela que procurasse a delegacia da mulher.  Sabe-se que essa indicação não corresponde à realidade da oferta de serviços no país. Existem apenas410 delegacias da mulher, que se concentram nas grandes cidades.O fato de moradores de pequenas e distantes cidades indicarem a delegacia da mulher, que não existe num raio de centenas de quilômetros, pode ser interpretado como a manifestação de uma demanda e, ao mesmo tempo, como uma idealização deste tipo de serviço.  Na prática, a maioria não confia na proteção jurídica e policial à mulher vítima de agressão40% dos entrevistados disseram que a mulher pode confiar na proteção das instituições jurídicas e policiais. Entretanto, 56% se mostram céticos com relação a essa proteção. 25% dos entrevistados afirmaram que as leis não são eficientes para garantir esta segurança. Esse quadro não mudou mesmo para aqueles que disseram conhecer a Lei Maria da Penha. Outros 13% disseram que os policiais consideram outros crimes mais importantes e que 11% não acreditam na seriedade da denúncia. Para 7%, juízes e policiais são machistas. Essa descrença da aplicação prática da Lei não tem diferenças significativas quando se consideram escolaridade, região, tamanho do município e renda familiar.As respostas acima permitem concluir que, embora acreditando que hoje a mulher está mais protegida legalmente, a maioria dos entrevistados não confia nas pessoas que estão à frente do aparato do Estado, justamente aquelas responsáveis por fazer cumprir a lei e consequentemente proteger a mulher agredida. 44% acreditam que a Lei Maria da Penha já está tendo efeitoMesmo desacreditando nos responsáveis pelo cumprimento da legislação, um número significativo de entrevistados (44%) acredita que a Lei Maria da Penha, que prevê medidas preventivas e penas mais duras para o agressor, vai contribuir de fato para o fim da violência doméstica. No entanto, mesmo acreditando em mudanças, 29% dizem que vai levar tempo para se ver o efeito da Lei. E 14% afirmam que as leis não são e não serão cumpridas. Para população, questão cultural e álcool estão por trás da violência contra a mulher36% dos entrevistados acham que a violência doméstica ocorre por uma questão cultural, “o homem brasileiro é muito violento” e “muito homem ainda se acha dono da mulher”. Outros 38% atribuem a violência ao alcoolismo. A atribuição ao “machismo” é maior no grupo de maior escolaridade (38%). O abuso do álcool aparece mais na região Sul, no grupo com escolaridade entre a 5ª e 8ª série fundamental e especialmente nas cidades menores, onde 52% relacionam a violência doméstica ao álcool.Exemplo dos pais e campanhas podem prevenir violência na relação entre homens e mulheres48% dos entrevistados disseram que o “exemplo dos pais aos filhos, com um relacionamento respeitoso e igualitário”, é a atitude mais importante para que a relação entre homem e mulher se dê com respeito e sem violência. Essa porcentagem aumenta entre os mais jovens (52%) e entre os moradores da periferia (56%).

A segunda opção são as “leis mais duras para punir o companheiro violento”, com 19%. 13% falam em campanhas educativas de prevenção na TV e no rádio; 11% destacam a mudança na criação dos filhos homens; e 8% em debates nas escolas, empresas, clubes e igrejas.

As respostas revelam que a maioria dos entrevistados acredita em prevenção da violência a partir do exemplo dos pais e de debates nos locais onde os jovens se encontram. Apesar de vir em segundo lugar, o endurecimento das leis como forma de prevenir a violência é defendido por um número significativamente menor, 19% dos entrevistados. 

O crescimento da preocupação com a Aids saltou 21% pontos percentuais em quatro anosNa atual pesquisa, 51% disseram que o crescimento dos casos de Aids no grupo feminino era o tema que mais preocupava as mulheres, 4% pontos abaixo da preocupação com a violência doméstica. Em 2006 eram 30%, e em 2004, 26%. O resultado merece melhor análise e atenção de especialistas e dos movimentos sociais. Enquanto a violência contra a mulher vem ganhando visibilidade – especialmente por conta da Lei Maria da Penha e dos casos destacados pela imprensa -, a Aids vem perdendo espaço na mídia. Mesmo os números divulgados pelo Ministério da Saúde alertando para o aumento das infecções pelo HIV entre mulheres não têm tido ressonância nos meios de comunicação que justificam essa preocupação.Formas de evitar filhos sobe no ranking de preocupação

Em relação à 2006, praticamente dobrou o percentual dos entrevistados que disseram que a forma de evitar filho é o tema que mais preocupa a mulher, passando da taxa de 16% (2006) para 31% (2009).

No ranking de preocupações, esta questão saltou da sétima posição em 2006 para a quarta posição em 2009. 

Este aumento no percentual de preocupação pode ser atribuído aos serviços criados pelo governo e as campanhas veiculadas na TV e no rádio pelo Ministério da Saúde no ano de 2008.

De maneira geral há homogeneidade de percepção sobre a questão em todos os segmentos da amostra, com índices no patamar da média total de 31%.

31% citam preocupação com câncer de mama e útero 

Doenças como Câncer de Mama e útero permanecem como um dos temas centrais da agenda, porém, tiveram sua importância relativizada frente ao aumento da preocupação com outras questões – AIDS e Formas de evitar filhos.

Essa relativização pode estar relacionada ao recrudescimento do assunto na mídia de massa, deixando de ser tão mencionado pelos meios de comunicação como no passado recente. Em 2006 a menção dos entrevistados foi 44% e em 2009, 31%.

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Para obter a íntegra desta Pesquisa Ibope /Instituto Avon 2009, acesse o site da Campanha Fale sem Medo: http://www.falesemmedo.com.br/a-campanha/pesquisa

 

Fonte: http://www.abong.org.br/

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